Da série poema de Arlindo
- Ação Orleanista
- 12 de jan.
- 1 min de leitura
Atualizado: 26 de abr.

CONSTANCIA
Arlindo Veiga dos Santos
Estou p'ra vêr alguém assim constante
como o valente cabo Belarmino.
Saibam, porém, antes que eu passe adiante,
que esse cabo é um feroz frentenegrinho.
E' o tipo mais insigne da constância
o Berlamino, cabo da polícia.
E' cabo, sempre cabo, cabo, cabo,
constantemente cabo... Uma delícia!
E' heróe de 24 e 25,
heróe de 30, heróe de 32,
e, se êle antes não foi co mesmo afinco,
foi por não ir ao Rio em 22.
Tem louvores sem fim de ordens-do-dia;
tem gabos de tenentes, coronéis;
mas tal é na constancia correntia,
que não passa de cabo nos papéis...
Seus brancos companheiros são sargentos,
há-os tenentes, há-os capitães;
mas, por mais que êle cresça em seus portentos,
é cabo como os cães são sempre cães...
Ai, cabo Belarmino, em meus botões
eu te vejo afinal levando o diabo:
constante, dão-te cabo as sediçoes
tu acabarás ao cabo sempre cabo!
Estou p'ra vêr alguém assim constante
como o valente cabo Belarmino!...
(Do livro "Alma de Negro")
Esse poema é uma evidente crítica ao preconceito racial. Uma raça liberta por uma Imperatriz que por sua liberdade perdeu o trono e abandona pela republica.
Dr. Arlindo sentia este preconceito mas sua percepção de solução, diferente da de nossos tempos, era profundamente cristã. Católica!
Recuperemos o que nos foi tirado.