top of page

Da série poema de Arlindo

Atualizado: 26 de abr.




CONSTANCIA

Arlindo Veiga dos Santos


Estou p'ra vêr alguém assim constante

como o valente cabo Belarmino.

Saibam, porém, antes que eu passe adiante,

que esse cabo é um feroz frentenegrinho.


E' o tipo mais insigne da constância

o Berlamino, cabo da polícia.

E' cabo, sempre cabo, cabo, cabo,

constantemente cabo... Uma delícia!


E' heróe de 24 e 25,

heróe de 30, heróe de 32,

e, se êle antes não foi co mesmo afinco,

foi por não ir ao Rio em 22.



Tem louvores sem fim de ordens-do-dia;

tem gabos de tenentes, coronéis;

mas tal é na constancia correntia,

que não passa de cabo nos papéis...


Seus brancos companheiros são sargentos,

há-os tenentes, há-os capitães;

mas, por mais que êle cresça em seus portentos,

é cabo como os cães são sempre cães...


Ai, cabo Belarmino, em meus botões

eu te vejo afinal levando o diabo:

constante, dão-te cabo as sediçoes

tu acabarás ao cabo sempre cabo!


Estou p'ra vêr alguém assim constante

como o valente cabo Belarmino!...


(Do livro "Alma de Negro")

 
 
 

1 Comment


Esse poema é uma evidente crítica ao preconceito racial. Uma raça liberta por uma Imperatriz que por sua liberdade perdeu o trono e abandona pela republica.


Dr. Arlindo sentia este preconceito mas sua percepção de solução, diferente da de nossos tempos, era profundamente cristã. Católica!


Recuperemos o que nos foi tirado.

Like

© Copyright. Todos os direitos reservados - Ação Orleanista - Desenvolvido pelo setor de Propaganda e Marketing da Ação Orleanista

bottom of page