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Dossiê: Os cotados para suceder a Francisco. Análise dos Cardeais...


Uma das mais conhecidas listas de vaticanistas enumera oito candidatos principais ao Papado no próximo Conclave. Além de Robert Sarah, os outros são o húngaro Péter Erdö, o maltês Mario Grech, o italiano Pietro Parolin, o austríaco Christopher Schönborn, o filipino Luis Antonio Tagle, o ganense Peter Turkson e o italiano Matteo Zuppi.

 

Vamos a eles, cada um com respectiva avaliação:


🇭🇺 Péter Erdö - Muito bom, o ideal. 10/10

⚡️72 anos. Ele é jovem, ele é dinâmico, ele é extremamente based. Devoto da Virgem da Consolação, seguidor da teologia e da espiritualidade agostiniana, Dom Péter é próximo do líder nacionalista húngaro Viktor Orbán, a quem já dirigiu diversos elogios e trabalha juntamente com o príncipe Eduard de Habsburgo, diplomata em Roma. Promovido a cargos na Cúria por Bento XVI, foi presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa de 2006 a 2016 e foi relator geral da Terceira Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos em Roma.

 

Demonstrando boa noção metapolítica, Péter Erdö fez com que o Estado húngaro reabilitasse a figura do cardeal József Mindszenty, que lutou contra o regime comunista da Hungria e foi preso pela ditadura do país.

 

Durante a crise migratória europeia de 2015, Erdő disse que acolher refugiados equivaleria a tráfico de seres humanos. Muitas falas de Erdő concentram-se na necessidade da Hungria e da Europa de restaurarem a sua fé, identidade e esperança.

 

No Sínodo da Família de 2015, o Cardeal Erdő, para decepção dos progressistas, reafirmou a importância da doutrina divina e da realidade da indissolubilidade no casamento:

 

«No que diz respeito aos divorciados e recasados ​​civilmente, é justo um acompanhamento pastoral e misericordioso – um acompanhamento, porém, que não deixe dúvidas sobre a verdade da indissolubilidade do matrimónio ensinada pelo próprio Jesus Cristo. A misericórdia de Deus oferece perdão aos pecadores, mas exige conversão”.

 

O Cardeal manifestou estar satisfeito com o fato de a Hungria ter puxado as rédeas da noção natural de que o casamento é exclusivamente entre homem e mulher, com o fim da procriação e formação dos filhos. Embora tenha reconhecido que a batalha para defender a santidade da família não acabou, ele expressou esperança de que no final os ensinamentos de Cristo prevalecerão. “A família que reza unida permanece unida. Esta noção é o que falta à sociedade, o mundo tem uma necessidade ardente do testemunho de um cristianismo unido", disse durante o Congresso Eucarístico Internacional realizado em Budapeste em 2021.

 

Dom Péter é especialista em direito eclesiástico, história do direito canônico medieval e história da Igreja, possuindo dezenas de publicações. Nos anos 2000, ele foi um opositor dos socialistas e liberais que pretendiam reformas de mercado na Hungria. Nessa época, ele uniu o episcopado aos sindicatos para tal abordagem. Mais tarde, as duas instituições seriam importantes pontos de sustentação ao regime de Orbán. Durante a crise econômica global de 2009, condenou o banqueirismo internacional e a economia baseada no endividamento dos países e das famílias. Ferrenho opositor do aborto, ele defendeu a unidade europeia e a cultura católica húngara.

 

🇲🇹 Mario Grech - Ruim 2/10

 

⚡️68 anos. Atual secretário do Sínodo dos Bispos, o maltês coleciona polêmicas.

 

Segundo o jornal Malta Today, uma carta dos padres de sua diocese, dirigida ao cardeal Reinhard Marx, teria custado a Grech uma nomeação pretendida em Roma. Na carta, ele é descrito como "bruto", com "um apego manifesto aos bens materiais" e que administra mal sua diocese (particularmente no trato com o caso de um padre acusado de pedofilia), terminando com a declaração de que ele é " totalmente inadequado" para se tornar arcebispo. Em uma entrevista, Grech refutou essas alegações, lembrando sua forte oposição ao aborto.

 

Em 2016, afirmou que em alguns casos um católico divorciado e recasado pode acessar a Comunhão após "o julgamento honesto"; posteriormente, sua fala foi publicada no L'Osservatore Romano. A posição geográfica da sua diocese em Malta, perto da costa do Norte da África, levou Mons. Grech a intervir várias vezes sobre a questão dos migrantes. Ele criticou a exploração do incidente e o que chamou de "falso populismo galopante". Em nome da "defesa dos mais fracos" criticou o que chamou de "uso da religião" por grupos anti-imigração. Entrevistado por uma rádio local, disse ser contra os malteses que usam a fé cristã para justificar ideologias que são contra o acolhimento de migrantes porque "estão a manipular a sua religião". Também disse haver ficado "ferido" ao ver o rosário exibido pelo vice-premiê italiano Matteo Salvini em um discurso. Ele também justificou a imigração, como um remédio para o envelhecimento geral da Europa.

 

Mario Grech parece ser o líder de uma ala minoritária, mas politicamente muito expressiva na Europa e nas Américas. Ele está por trás das polêmicas declarações envolvendo o último Sínodo e o Sínodo da Amazônia. Apesar de apresentar uma espiritualidade tradicional e raízes fortes das pequenas cidades católicas de Malta, Grech se tornou um típico clérigo liberal europeu com frases muito esquisitas e abertura a pautas ideológicas.

 

🇮🇹 Pietro Parolin - Regular 6/10

 

⚡️70 anos. Tido como um dos principais nomes da ala conservadora do colégio cardinalício. Muito próximo de Bento XVI, apontado por Francisco como Secretário de Estado do Vaticano em 2013.

 

“A Europa deve redescobrir suas raízes cristãs”, diz o cardeal Parolin. O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que a Europa deve "redescobrir-se", em entrevista ao jornal italiano Eco di Bergamo publicada no último sábado (15). Parolin comentou que, na Constituição Europeia, evitou-se uma referência explícita às raízes cristãs da Europa, e foi adotada uma menção genérica ao “patrimônio cultural, humanista e religioso” do continente. Isso, segundo o cardeal, enfraqueceu a consciência do continente e o senso de identidade europeia. "Em vez de construir a Europa sobre bases e raízes profundas, preferiu-se um consenso mutável de valores”, enfatizou Parolin. “Mas o futuro só pode ser construído sobre o passado". Embora o cardeal tenha dito que há motivos para preocupação, especialmente diante do “ateísmo prático, do populismo e do analfabetismo religioso”, ele elogiou “fenômenos encorajadores”, como o aumento de pedidos de batismo por jovens franceses.

 

Parolin disse que o casamento gay liberado nos países europeus representa uma "derrota da humanidade", é um crítico feroz da eutanásia e do aborto.

 

Também se posiciona contra o sionismo e em prol da Palestina. Em 2023, suas declarações foram consideradas "deploráveis" pela embaixada israelense. Em 2015, pediu uma resposta armada ao ISIS. Posicionou-se contra mudanças no celibato clerical. Ele defende a importância dos dogmas imutáveis ​​e afirma a relevância da tradição sagrada. Disse que: "desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa tem tentado «libertar-se» do seu património e dos seus valores culturais, o que criou um vazio no qual os jovens não conseguem encontrar as respostas às suas questões existenciais."

 

Como diplomata da Santa Sé, chamou a atenção para a situação de perseguição aos cristãos na África e condenou a violência de judeus contra os cristãos em Jerusalém. Além de críticas à Nicarágua, também condenou grupos jihadistas, no entanto, sem apontar soluções para o problema. Na COP 29, em novembro de 2024, foi acusado pela ministra esquerdista do Meio Ambiente da Colômbia de haver se alinhado com a Arábia Saudita, a Rússia, o Iran e o Egito para obstruir acordos que destinassem financiamentos a pautas progressistas.

 

Por outro lado, Parolin já fez diversas declarações sobre uma "necessária democratização da Igreja" e durante sua atuação diplomática, apoiou repetidamente a pauta das mudanças climáticas. Pode-se prever que seu papado seria uma continuidade, com algumas pequenas mudanças nos focos de discurso, sobretudo, uma oposição mais forte ao status quo dos países ocidentais, ecoando diversas vozes cardinalícias que já reconhecem a tese do 'Declínio do Ocidente' e condenam o papel dos governantes liberais nesse contexto.

 

🇦🇹 Christopher Schönborn - Regular 5/10

 

⚡️80 anos. 10 anos mais velho e um pouco menos confrontativo que Parolin, Schönborn é membro da aristocrata família dos condes de Schönborn, que teve muitos representantes ao longo dos séculos no alto clero. Em 2011 celebrou pessoalmente o funeral solene de Otto de Habsburgo-Lorena, último filho sobrevivente do último imperador da Áustria, Carlos I, cuja causa de beatificação apoiou. Schönborn é partidário da tese sobre o 'Declínio do Ocidente' de Oswald Spengler, afirmando que os europeus devem ser realistas sobre o declínio de seu continente, mas que ainda há esperança, sobretudo no campo sobrenatural. O cardeal chamou de “absurda” a ideia de que a França e a Europa “não são mais cristãs” por causa da influência do islamismo, mas enfatizou firmemente que “os católicos devem retornar à Igreja”.

 

Schönborn também é atualmente ordinário na Áustria para os fiéis do Rito Oriental e um reconhecido especialista no Cristianismo Oriental. É também membro das Congregações Vaticanas para as Igrejas Orientais, para a Doutrina da Fé e para a Formação Católica e do Pontifício Conselho para a Cultura, bem como da Pontifícia Comissão para o Património Cultural. Um ponto interessante de sua atuação são declarações sobre o cristianismo oriental, afirmando que "as diferenças teológicas entre a Igreja Católica e as igrejas Ortodoxas Orientais poderiam ser resolvidas se as duas confissões estivessem dispostas a iniciar um diálogo que deixasse de lado as diferenças teológicas que surgiram no passado."

 

Schönborn é um opositor da teoria da evolução e do darwinismo, em geral, publicando diversos trabalhos em relação ao tema. Schönborn define a teoria da evolução, que faz do acaso um componente essencial da evolução, uma ideologia, pois, segundo Schönborn, esta teoria coloca o acaso como se fosse um dogma, excluindo a priori qualquer papel de Deus. da evolução não seria – como qualquer outra teoria em geral que não reconhece o plano divino na evolução – científica; constituiria de facto uma abdicação da inteligência. O Cardeal também rejeita a hipótese cosmológica do multiverso, desenvolvida como alternativa às interpretações religioso-teológicas do princípio antrópico desenvolvidas nos últimos anos.

 

Também defendeu no semanário inglês The Tablet o uso da oração Oremus et pro perfidis Judaeis da Sexta-Feira Santa Cristã, citando justificativas para o uso desta oração a partir do século VI o que está contido no Evangelho, ou seja, as palavras que o próprio Jesus dirigiu aos apóstolos, incumbindo-os de anunciar a sua Palavra a todas as nações, a partir de Jerusalém (Lc 24,47). Isso foi criticado como uma afronta pessoal por várias organizações judaicas.

 

Enquanto Arcebispo de Viena, Schönborn defendeu publicamente a doutrina católica sobre questões sexuais e de gênero, combatendo um grupo de clérigos progressistas chamado 'Pfarrer Initiative'. Na ocasião, baniu os progressistas de ocuparem qualquer cargo administrativo.

 

Em 2016, o cardeal alertou para uma invasão islâmica da Europa. Schönborn fez a pergunta "Haverá uma conquista islâmica da Europa?" num sermão que identificou a Europa com o filho pródigo do evangelho de Lucas que desperdiçou a sua herança. Ele argumentou que se o Islã avançava, era porque "nós mesmos somos, portanto, aqueles que colocaram em perigo a herança cristã da Europa". Ele se opôs a qualquer leitura de suas palavras como um ataque aos refugiados. Ele escreveu: “O legado cristão da Europa está em perigo, porque nós, europeus, o desperdiçamos. Isso não tem absolutamente nada a ver com o Islão nem com os refugiados. É claro que muitos islamitas gostariam de tirar partido da nossa fraqueza, mas não são responsáveis ​​por isso. Nós somos."

 

Ainda assim, é visto como um conservador conciliatório e pragmático, postura que o levou a alguns escândalos. Em 2018, ele permitiu que uma apresentação de rock acontecesse na Catedral de Santo Estêvão para arrecadar dinheiro para pacientes com HIV. Anteriormente, ele já havia expressado 'tolerância' ao fato de um transexual representar a Áustria no popular concurso Eurovision.

 

Em setembro de 2024, quando questionado sobre o documento Fiducia Supplicans, Schönborn manifestou preocupação e afirmou que o documento mostrava “confusão por parte da Igreja”. Além disso, criticou o 'Caminho Sinodal Alemão'.

 

Schönborn já tem idade avançada e não é uma figura carismática. Demonstra grande descolamento da realidade mais profunda na Igreja atual. Respondendo sobre as novas normas do Papa Francisco à missa em latim por meio do documento Traditionis custodes de 2021, dom Schönborn disse esperar que a “nova geração” possa “facilmente” passar da missa em latim para movimentos modernos e “grupos de oração”, como a Comunidade Emanuel da Renovação Carismática.

 

O cardeal austríaco disse: “Aceitemos que Francisco tem suas razões para fechar as portas novamente, pelo menos parcialmente, assim como aceitamos que Bento XVI teve suas razões para abri-las. Confiemos que o Senhor está guiando a Igreja”.

 

🇵🇭 Luis Antonio Tagle - Mistério...

 

⚡️67 anos. Ganha simpatia geral só pelo fato de ser um filipino. Elogiado por Bento XVI como uma das vozes mais representativas do pensamento teológico asiático. Ocupou diversos cargos em conselhos e dicastérios. Ele é mais reservado do que os outros cardeais, abstendo-se de declarações sobre tópicos mais polêmicos, defendendo pontos chave da ortodoxia e mantendo um prestígio como acadêmico de extenso currículo. No Congresso Eucarístico Internacional de 2008 em Quebec, Canadá, ele proferiu uma palestra sobre a importância da Eucaristia que levou o público às lágrimas. Ele contrastou a adoração cristã com falsas formas de adoração.

 

Tagle esteve envolvido em muitas questões sociais nas Filipinas, com ênfase na Doutrina Social da Igreja, ao mesmo tempo em que defende a oposição católica ao aborto, à contracepção e ao que ele chamou de "ateísmo prático", rememorando os ensinamentos do Magistério a respeito do indiferentismo religioso nas sociedades modernas.

 

Durante seu serviço nas Filipinas, enfatizou a necessidade de mais padres no país, contando que no domingo posterior à sua ordenação sacerdotal, rezou um total de 9 Missas. Tagle liderou a Consagração Nacional das Filipinas ao Imaculado Coração de Maria. Além disso, desenvolveu boas relações com o presidente Rodrigo Duterte, o que demonstra uma abertura à formas mais autocráticas que surgem no horizonte da política internacional.

 

O episcopado filipino é muito tradicional, a Igreja na Ásia têm sido um foco de importantes desenvolvimentos. Penso que um papado de Tagle seria melhor do que qualquer europeu, mesmo os candidatos mais conservadores. Tagle seria um Papa multipolar, livre de certos vícios ocidentais de pensamento.

 

🇬🇭 Peter Turkson - Muito bom, mas há ressalvas. 8/10

 

⚡️76 anos. Impressiona a qualidade dos cardeais africanos. Turkson é da ala faca na bota da Igreja, pertencendo à escola de Cardeais africanos de Robert Sarah e Francis Arinze. Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, já ocupou diversas posições em congregações e comissões da Santa Sé. Turkson fala inglês, fante, francês, italiano, alemão e hebreu, além de compreender latim e grego.

 

Em 2012, Dom Peter chocou a imprensa ao levar uma apresentação alarmante sobre a demografia na Europa, alertando para o crescimento das populações islâmicas e a imigração desenfreada. Turkson apoiou leis anti-sodomia na África, que costumam ser bem severas, em particular a legislação de Uganda sobre sodomia, embora também tenha apontado exageros nas punições aos infratores. Ele até mesmo entrou em conflito com a ONU, apelando à organização para que reconheça a "distinção sutil entre moralidade e direitos humanos" e não desrespeite a doutrina moral em nome da proteção dos direitos humanos. Ele disse que "os sistemas tradicionais africanos protegeram a sua população contra esta tendência".

 

Numa entrevista ao L'Osservatore Romano, Turkson afirmou que "valores tóxicos" como o "relativismo" e o "secularismo ateísta" deveriam ser combatidos. Afirmou também que a má liderança política e a exploração das diferenças entre muitos africanos levaram à falta de paz e justiça em África. Dom Turkson também é um grande ativista pró-vida. Durante um evento em Ghana, ele conclamou que os participantes trabalhem no sentido de "expulsar as ONGs internacionais do país, organizações estas que promovem a contracepção, o aborto, e procuram normalizar as relações homossexuais".

 

No contexto posterior à crise econômica de 2009, o Cardeal fez uma ótima crítica ao capitalismo financeiro. Em um documento de 40 páginas, afirmou que “a crise económica e financeira que o mundo atravessa convida a todos, indivíduos e povos, a examinar em profundidade os princípios e os valores culturais e morais que estão na base da convivência social”. O documento condenava “a idolatria do mercado” bem como o “pensamento neoliberal” que olhava exclusivamente para soluções técnicas para problemas económicos. “Na verdade, a crise revelou comportamentos como egoísmo, ganância coletiva e acumulação de bens em grande escala”. Acrescentou que a economia mundial necessita de uma “ética de solidariedade” entre as nações ricas e pobres.

 

No entanto, entre suas soluções, uma ideia péssima... Turkson propôs a criação de uma "autoridade pública global" e de um "banco central mundial" para governar as instituições financeiras que se tornaram obsoletas e muitas vezes ineficazes no tratamento justo das crises.

 

🇮🇹 Matteo Zuppi - Péssimo 1/10

 

⚡️70 anos. Arcebispo de Bologna, lugar que é um centro de teologia progressista. Curiosamente, ele é um dos bispos que celebram e divulgam a Missa Tridentina após o motu proprio Summorum Pontificum e após o motu proprio Traditionis custodes, mantendo relações com grupos que defendem a liturgia tridentina. No entanto, suas declarações públicas deram origem a uma rixa com o hoje excomungado Carlos Maria Viganó.

 

Em maio de 2018, ele contribuiu com um ensaio para a tradução italiana de Building a Bridge, do escandaloso James Martin. Ele escreveu que o livro era "útil para encorajar o diálogo, bem como o conhecimento e a compreensão recíprocos, em vista de uma nova atitude pastoral que devemos buscar junto com nossos irmãos e irmãs LGBT" e que "ajudará os católicos LGBT a se sentirem mais em casa no que é, afinal, sua igreja".

 

Zuppi é estimado por expoentes da Maçonaria, em particular Gioele Magaldi, Grão-Mestre da Loja Maçônica do Grande Oriente Democrático, que em entrevista de outubro de 2020 diz dele: "entre os cardeais o que eu respeito mais é Matteo Zuppi. Ele seria um excelente Papa”. Além disso, o Cardeal é um crítico do governo de Georgia Meloni, defendendo também a política de portas-abertas na imigração. Um prelado com inúmeros defeitos e uma aura de fraqueza. Parece muito pouco carismático e tende a ser preterido, o que é ótimo.

 

🇬🇳 Robert Sarah - Muito bom. 10/10

 

⚡️80 anos (algumas fontes reportam 77 anos). Não necessita grandes apresentações. Sarah se tornou um ícone, um porta-voz da Tradição Católica. Nascido na Guiné e com grandes serviços prestados na Diocese de Roma, é prefeito-emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano. Moldado pelo serviço pastoral na juventude, quando enfrentou uma ditadura comunista na Guiné que perseguia ferozmente os católicos, foi nomeado para a Cúria Romana por São João Paulo II e posteriormente elevado à Cardeal por Bento XVI.

 

Em fevereiro de 2015, ele publicou o livro "Deus ou nada" para a editora francesa Fayard. Na apresentação da obra, afirma que "a África poderia se tornar a ponta de lança da Igreja em oposição à decadência ocidental". Nessa obra, Sarah diz que "Na minha vida, Deus fez tudo; da minha parte, só queria rezar. Tenho certeza de que o vermelho do meu cardinalado é verdadeiramente o reflexo do sangue do sofrimento dos missionários que chegaram ao fundo do poço. da África para evangelizar minha aldeia".

 

No centro de sua atividade pastoral está o ensinamento e a adoração ao Santíssimo Sacramento, manifestando a necessidade de se voltar a centralizar Deus em todos os aspectos da vida. Também se notabilizou pela defesa do zelo na liturgia e a conciliação por uma via ortodoxa entre os tradicionalistas e os defensores das reformas dos anos 1960.

 

Sarah combate a ideologia de gênero, escrevendo: "No que diz respeito ao meu continente, quero denunciar fortemente a vontade de impor valores falsos usando argumentos políticos e financeiros. Em alguns países africanos, foram criados ministérios dedicados à teoria do gênero em troca de apoio. Essas políticas são ainda mais odiosas, já que a maioria das populações africanas é indefesa, à mercê de ideólogos ocidentais fanáticos".

 

Durante o Sínodo dos Bispos, Sarah expressou que "a ideia que consistiria em encerrar o Magistério em um belo caixão, destacando-o da prática pastoral que poderia evoluir de acordo com circunstâncias, modas e paixões, é uma forma de heresia, uma patologia esquizofrênica perigosa. Portanto, afirmo solenemente que a Igreja da África se opõe firmemente a qualquer rebelião contra os ensinamentos de Jesus e do Magistério".

 

O Cardeal condenou a intervenção militar das potências ocidentais no Iraque e na Síria, que resultou no quase extermínio das comunidades cristãs: “Afirmo enfaticamente que algumas potências ocidentais terão perpetrado, direta ou simbolicamente, um crime contra a humanidade”. Ele acredita que há pouca possibilidade de diálogo teológico entre cristãos e muçulmanos dadas as suas diferenças essenciais (a Trindade, a Ressurreição, a Eucaristia), mas antecipa a colaboração a nível nacional ou internacional na resistência ao aborto, à eutanásia e "à nova ideologia de género".

 

Sarah aborda a crise migratória e demográfica no Ocidente. Numa entrevista de 2019, disse: “É melhor ajudar as pessoas a florescer na sua cultura do que encorajá-las a vir para uma Europa em plena decadência. É uma falsa exegese usar a palavra de Deus para promover a migração”. Na mesma entrevista, Sarah argumentou que os imigrantes na Europa muitas vezes sobreviviam em condições precárias e viviam “sem trabalho nem dignidade”.

 

Um autêntico tradicionalista, Dom Robert Sarah aponta para as ruínas do Mundo Moderno Ocidental. Seu livro 'A Noite Se Aproxima e o Dia iá Declinou' aborda a profunda crise civilizacional contemporânea. Ele afirma:

 

"Como os romanos do século IV, vemos os bárbaros tomarem o poder. Mas desta vez, os bárbaros não estão vindo de fora para atacar as cidades. Os bárbaros estão lá dentro. São aqueles indivíduos que recusam sua própria natureza humana, que têm vergonha de serem criaturas limitadas, que querem pensar em si mesmos como demiurgos sem pais e sem herança. Essa é a verdadeira barbárie. Pelo contrário, o homem civilizado está orgulhoso e feliz por ser um herdeiro.

 

Convencemos nossos contemporâneos de que, para sermos livres, não devemos depender de ninguém. Este é um erro trágico. Os ocidentais estão convencidos de que receber é contrário à dignidade da pessoa. No entanto, o homem civilizado é fundamentalmente um herdeiro; ele recebe uma história, uma religião, uma língua, uma cultura, um nome, uma família.

 

Recusar-se a aderir a uma rede de dependência, herança e filiação nos condena a entrar na selva pelada da competição a partir de uma economia autossuficiente. Como ele se recusa a se aceitar como herdeiro, o homem se condena ao inferno da globalização liberal, onde os interesses individuais se chocam sem outra lei que não seja a do lucro a todo custo.

 

No entanto, o título do meu livro também contém a luz da esperança, porque é extraído da petição dos discípulos de Emaús no Evangelho de Lucas: “Fique conosco, Senhor, pois já é quase tarde” (24:29). Sabemos que Jesus acabará se manifestando.

 

Nossa primeira razão de esperança é, portanto, o próprio Deus. Ele nunca nos abandonará! Acreditamos firmemente em sua promessa. Os portões do inferno não prevalecerão contra a Santa Igreja Católica. Ela sempre será a Arca da Salvação. Sempre haverá luz suficiente para quem busca a verdade com um coração puro.

 

Mesmo que tudo pareça estar sendo destruído, vemos as sementes luminosas do renascimento emergindo."

 
 
 

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