O Apóstolo Inglês do Brasil
- Daniel Jorge Marques
- 6 de mai. de 2023
- 2 min de leitura

O Padre João de Almeida (1572-1653) era de origem inglesa (John Mead) cujo nome de família Mead ou Meade foi aportuguesado para Almeida. Nascido em Londres no ano de 1572, foi a Portugal na adolescência, fugindo da perseguição aos católicos onde foi recebido por um comerciante de Viana do Castelo , amigo de seu pai que o educou e aplicou à mesma profissão ; e depois o enviou ao Brasil.
Aos 19 anos de idade, João de Almeida conheceu os Jesuítas de Pernambuco e entrou na Companhia de Jesus a 1.o de novembro de 1592. Não tendo talento para estudos, aprendeu quanto bastou para se ordenar sacerdote e a se aplicar nos ministérios com os índios nas aldeias e nas entradas ao sertão . Atuou em Barueri (1609) tratou com os Índios Carijós, Guaranis e Arachãs (1617-1622) em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Em 1624 sob o patrocinio de Salvador Correia de Sá , o Velho , e de seu filho o Gonçalo Correia de Sá , capitão mor da capitania de São Vicente , foi em missão aos Patos e à Laguna e retornou acompanhado por seis indios escolhidos que desejavam a vida sacerdotal.
Publicou o primeiro livro em lingua Portuguesa sobre os índios Carijós: "Relaçao dalgumas cousas da missão que se fez aos Carijós e mais lugares vizinhos dos Patos"
Entre 1639 a 1653, passou a viver no Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro onde se tornou confessor e conselheiro da elite local, em especial Salvador Correia de Sá e Benevides "por julgá - lo o maior amigo e protetor dos seus irmãos de Ordem". Na fatídica expedição da reconquista de Angola dos Holandeses liderada por Salvador de Sá em 1648 o padre João exclamou a povo a apoiar e empreitada e escolheu São Miguel Arcanjo para patrono da expedição
Nos últimos anos de sua vida deu provas de exímia virtude e quando faleceu , em veneranda velhice , no colégio do Rio de Janeiro , o povo exclamava “ morreu o santo "
João de Almeida foi considerado uma figura extraordinária entre aqueles que se dedicaram às missões no Brasil do século XVII, e Simão de Vasconcelos o chama de “o segundo milagreiro” depois apenas de José de Anchieta. Fonte: História da história do Brasil: Historiografia colonial . José Honório Rodrigues. 1979
Ao ler relatos assim e meditar sobre nossa atual situação pátria percebo o quanto perdemos, éramos ação, hoje somos apenas palavras vazias. O evangelho é o único caminho de retorno, mas como proclama-lo a pessoas tomadas pela revolução que transformou tudo em nada? Como falar a quem é incapaz de entender? Talvez seja apenas tempo de reagrupar, nos convertermos verdadeiramente e pararmos de jogar cinzas na fogueira de Cesar. Mudança radical de vida com todas as suas consequências, então não mais falaremos com palavras, mas com ações.